quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A TERCEIRA INTELIGENCIA

Floriano Serra
Publicado em 15.11.2011
Apesar do que assegura o Daniel Goleman na sua obra Inteligência Emocional, venho defendendo o conceito de que não basta um perfeito domínio das emoções para assegurar que estamos no caminho certo em direção ao sucesso, à boa liderança nem ao bom relacionamento interpessoal.
Explico: habitualmente as pessoas usam da Razão ou da Emoção para impulsionarem suas ações e pensamentos.
Emoção x Razão
As ações motivadas exclusivamente pela Emoção quase sempre têm fortes componentes de busca do prazer ou de fuga de desconforto. Nestes casos, o comando para a ação (ou a falta dela) é "faço porque gosto" ou "não faço porque não gosto". A questão é: que garantias tenho de que minha ação, motivada pela minha emoção, ainda que perfeitamente administrada, será boa também para as outras pessoas? " Se não for esse o caso, minha ação emocional apenas refletirá um enorme egocentrismo. Neste caso, o controle da inteligência emocional não garantirá necessariamente que a ação seja saudável, legal, ética e útil. Daí nascem a manipulação e a chantagem emocional.
Alguém poderá contra-argumentar: "Mas se unirmos a Razão à Emoção teremos a ação ideal, certo?" Errado. A Razão nos induz a fazer aquilo que nos convém ou que nos interessa e não necessariamente ao que é legal, ético e saudável. Razão e Emoção por si só não têm ética nem moral: as grandes e inteligentes fraudes financeiras ou os dramáticos crimes passionais acontecem justamente porque sua dinâmica de ação parte desse binômio: me convêm e me agrada.
A Terceira Inteligência
O crivo que está faltando é o da avaliação das conseqüências da nossa ação para com o outro, para com os amigos, os colegas de trabalho, a empresa, a comunidade, a sociedade. É a este crivo que venho chamando de "Terceira Inteligência", a faculdade que tem o Homem de sobrepor à Razão e à Emoção uma essência Espiritual, que dá transcendência às suas ações e um sentido de direção necessariamente voltado para o respeito e o bem estar próprio e dos outros.
Antes de qualquer procedimento ou decisão pessoal ou profissional, deveria haver sempre um auto-questionamento: O que e quanto há de generosidade e de solidariedade nesta minha ação? Estou produzindo alegria, sorrisos e felicidade também aos outros? Estou somando ou multiplicando competências, crescimento e bem estar nas pessoas, equipes e comunidades?
A Terceira Inteligência é simples assim. Seja no contexto familiar, social, político ou corporativo, ela se sobrepõe a conveniências pessoais e a interesses meramente materiais e caracteriza as ações, sobretudo pela generosidade e pelo respeito ao próximo. É ela que nos faz transcender ao ego, como diz o Deepak Chopra, fazendo-nos substituir a pergunta "O que vou ganhar com isso?" por "Como posso ajudar?"
A Terceira Inteligência tem a ver com o desejo sincero de compartilhar, sem discriminações de raça, cor, credo, aparência e posses, pela consciência de que o mundo inteiro é uma grande família, porque a raça humana é um todo composto por irmãos.
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